RETIRADA
- Lígia Beltrão
- 15 de ago. de 2015
- 1 min de leitura

Retirada
Dei-me a ti inteira, cega e surda.
E a voz angustiada da noite eu ouvi
A gritar a dor de uma solidão absurda
Em que porta, enganada, eu bati?
E o céu que me fora prometido
Escondeu-se entre nuvens chorosas
E em lágrimas triste sucumbido
Via-te colheres rindo outras rosas
E o meu peito em frêmito partido
Inunda-se do sangue que já verte
Por um amor magoado e ferido
E para nunca eu ter que ofender-te
Mesmo amando-te e tendo-te querido
Vou-me embora com a tristeza de perder-te.
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