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PINGO D'ÁGUA

  • Lígia Beltrão
  • 6 de ago. de 2015
  • 1 min de leitura

PINGO D’ÁGUA

Lá vens tu ligeiro

Desces no rosto faceiro

Segues triste a escorregar

Nada te faz parar.

Teu brilho é sutileza

Pequeno de tanta grandeza

Amostra do meu penar

Caindo do meu olhar.

E teu gosto salgado

Deixa meu rosto marcado

Não me atrevo enxugar

Pequena gota de mar.

E descendo assim ligeiro

Foste de tantos o primeiro

Pingo d’água a molhar

A dor do meu penar.

E agora triste lágrima

Gritas sentida, ó lástima!

Nascida no meu chorar

Derramada por eu amar.

Pingo d’água nunca mais

Deixo-te cair e jamais

Antes, enxugo-te com a mão,

Afogarás o meu coração!

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