PINGO D'ÁGUA
PINGO D’ÁGUA
Lá vens tu ligeiro
Desces no rosto faceiro
Segues triste a escorregar
Nada te faz parar.
Teu brilho é sutileza
Pequeno de tanta grandeza
Amostra do meu penar
Caindo do meu olhar.
E teu gosto salgado
Deixa meu rosto marcado
Não me atrevo enxugar
Pequena gota de mar.
E descendo assim ligeiro
Foste de tantos o primeiro
Pingo d’água a molhar
A dor do meu penar.
E agora triste lágrima
Gritas sentida, ó lástima!
Nascida no meu chorar
Derramada por eu amar.
Pingo d’água nunca mais
Deixo-te cair e jamais
Antes, enxugo-te com a mão,
Afogarás o meu coração!