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OLHOS

  • Lígia Beltrão
  • 2 de ago. de 2015
  • 1 min de leitura

OLHOS

Lembro teus olhos inquietos A me fitarem - elo profundo! E por caminhos incertos Através deles vi outro mundo.

Teus profundos olhos jamais Sei que haverei de esquecer E nos teus, os meus olhos levais, Mesmo que eu viva sem te ver.

Olhar-te nos olhos tão caro me custou Pois os meus já cansados e chorosos Espelhos que a desesperança clamou Perderam-se nos teus, desejosos...

Estes teus olhos, ah! Meu bem! Não veem os meus que são tão tristes Olhos como os teus, ninguém mais tem. Olhos como os meus, tu nunca vistes.

No meu chorar de amargura Guardo teus olhos na lembrança Não mais vê-los é minha desventura E é todo o meu mal sem esperança!

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