CONFISSÃO DE AMOR
Confissão de amor
Na minha casa, nunca se falou de amor. Mas eu entendia que a cantiga da máquina de costura era a nossa canção de ninar. Eu via os olhos cansados da minha mãe atravessando madrugadas para honrar seu trabalho árduo e suas mãos as vezes trêmulas de cansaço costurava os sonhos alheios e o nosso pão diário.
Eu via, através da luz tênue que adentrava o meu quarto os dias e as noites se vestindo de solidão. Eu chorei desilusões tantas que me vi ser medroso e inconstante adormecendo os sonhos cansados de sofrer.
Mas estávamos ali. Juntas. Chorando nossos anseios Esperando que o novo dia se anunciasse olhando-nos silenciosas, porque as palavras naquela casa cansada e triste, eram desnecessárias. Se não se falava nada, imagina falar de amor?
Mas, o amor exalava seu perfume E a gente entendia que ele existia...