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A TI


A Ti

Falo de ti ao meu travesseiro roto

Assistida pela negra noite silenciosa

Alumiada por uma lua tímida, mimosa,

Abandonada pelo dia, calado, já morto.

Falo de ti em súplica, em oração,

Agradecendo aos céus inda que tardia

Tao grande dádiva que eu nem sabia

Morava em mim em abstração.

Falo de ti para o vento e a toda gente

Dentro de mim grito teu nome alto e forte

E me recolho à saudade tão presente.

Agradeço aos céus, humilde, a minha sorte,

De ter-te meu, e assim se Deus consente...

Seremos um do outro, para sempre, até a morte!

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