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A PERFEIÇÃO DO AMOR

A Perfeição do Amor

Olho-me no espelho do tempo e vejo-me em indagações tantas, que me perco nas entrelinhas dos acasos. Onde está meu candeeiro interior, que sempre garantiu a luz que brota dos meus olhos e se derrama em mim inteira? Hei de ter-me ungida no acaso do amor, aí sim, a luz emanada é a verdadeira, a que não se paga com qualquer sopro de ventania. Um mínimo de tempo render-me-á o espaço da eternidade para que eu possa viver, finalmente, a plenitude. Ah! Arroubos... Alguém dirá. E daí? Que sejam arroubos ou qualquer outra coisa, mas que venham adoçar-me o amargo temor que me invade ao pensar em ser eu mesma.


Preciso disfarçar o meu avesso para que eu me liberte dele. Preciso despir-me de mim e entregar-me à luxúria do amor. Dai-me essa graça ó tempo que corre veloz a zombar das horas! Quero a audácia dos aventureiros. A coragem da mulher que se exibe para as noites escuras e sombrias da vida. Mas quero a inocência e a grandeza dos que nada têm e dão graças a Deus por isso. Quero o amor a fazer meu coração bater escandalosamente, as mãos tremerem e meu corpo gemer no ápice do desejo consumado.


Trago a alma exposta. Meus sentimentos exalam cheiros de primaveras e flores no cio. Sou incógnita de um mar desbravando-se em ondas, gritando ao mundo a grandeza do existir e dentro de mim, o alvoroço dos sentimentos que gritam o que me vai à alma. Dou-te o semblante da perfeição porque te amo e dentro de mim guardo as noites para dar-te os sonhos sem medidas e verdadeiros. E sonhar é estar no caminho da realização. Beijo as estrelas que brilham no teu olhar. Sou tão pequena diante do sentimento!


Há em mim um desejo oculto de mergulhar na vida que se apresenta. Distancio-me dos sigilos findos, pois quero escancarar a vida que me seduz em odes de alegrias tantas, que contagia as leves folhas do outono que se apresenta em tons de ouro. Árvores despidas de folhas se entregam às carícias dos ventos brandos, entoando uma canção ritmada da paz de dois amantes, quando se dão sob os olhos do tempo. Lembro Fernando Pessoa em seu poema Tabacaria:


“Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

Lá estão as nuvens num céu deserto de anjos. Eles vieram celebrar o amor. Escuta-se a gargalhada da vida que se faz viva. Eu e tu olhamos o infinito...

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