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O AMOR AO OUTRO


O AMOR AO OUTRO

Eu preciso falar do amor. Esse amor que brota nos olhos e adentra o peito e corre nas veias, não no mesmo sangue, mas nos mesmos espasmos de uma vida pulsante. Nos mesmos sonhos de campos floridos em eternas primaveras em busca da felicidade. Amor que nasce não se sabe como, cresce nos minutos ansiosos e agiganta-se no passar das auroras. Olhares atentos a um presente risonho que se descortina radioso. Vida que nasce e renasce em promessas de um amanhã luminoso de um novo tempo. Sentimento estranho que chega lento e gradativamente vai se instalando dentro da gente, sem pedir licença e se entranha em nós, como dono e senhor. Transforma-nos. Dizem alguns, que viramos bobos, eu digo que viramos puros. Puros no encantamento do existir.


É difícil jogar a vida toda para trás, mas que vida? Aquela solitária e triste que vai escorrendo lenta e progressivamente por entre os dedos sem ter como segurar? Ou aquela que, igualmente, se dilui no passar do tempo se vestindo de saudade por falta do que inventar? Dá-me, oh! Vida! Os mais profundos desejos que possam fazer minha alma enternecer-se outra vez e eu viver a plenitude desse sentimento que floresce com o passar dos dias! Dá-me a aurora radiosa dos que amam sem nada pedirem em troca e toca minha alma com a sublimidade dos que tudo têm, mesmo quando nada lhes é dado. Dá-me a paciência dos contentes por existirem, mas, dá-me, sobretudo, o fogo do amor em labaredas, a queimar-me as entranhas mostrando os desejos que se contorcem dentro de mim. Dá-me a plenitude do ser.


Há momentos nas nossas vivências, em que, precisamos jogar algo fora para esvaziar as gavetas da vida. Precisamos esquecer momentos passados e olhar os que se apresentam à nossa frente. Trocar a roupa da alma para renascermos sem medo do porvir. Calçar novos sapatos para começar um novo caminho e um novo caminhar. Experimentar ser feliz sem medo dos minutos seguintes e sem pensar no amanhã, que sabemos incerto. Experimentar o novo e lambuzar-se feito criança, nas delícias do viver. Não ter medo do sol e olhar o luar de outras paragens. Há momentos em que é preciso nos olhar diante do espelho, este, que nos mostra a verdade que nos vai aos olhos. Que nada nos esconde. É preciso amar! Começar de novo é viver outra vida. Temos que nos desligar do ontem e caminharmos em frente buscando o novo. O inusitado.


Não tenhamos medo dos monstros imaginários que rondam nossas cabeças, pois às vezes, os alimentamos medrosos, quando somos superiores a eles. Não temamos o despertar, porque triste, é continuar dormitando nas incertezas costumeiras, disfarçadas com risos escancarados, enquanto dentro do peito o coração se contorce de dor. Não tenhamos medo do amor, porque este é vida, é divino, é a perpetuação do sentimento. Não tenhamos enfim, medo da vida e de vivê-la, pois, ela passa rápido sem nos dar tempo de abrirmos os olhos. Quando nos damos conta, o tempo, esse tempo que corre inexorável, nos terá levado para o eterno, e aí, será tarde demais. Com ele, vai-se o amor. Esse sentimento divino que não conhece o tempo, a hora, o impossível. Antes, tudo pode, porque, ele é a própria vida gritando divindade. Mas, se não for vivido perecerá na dúvida do que poderia ter sido e acabará sufocado em ais, gemendo a saudade do que não foi. Amor, mola propulsora da vida. Vida, gerada do amor. Um não existe sem o outro. Juntos, de mãos dadas, caminham.

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